Uma breve análise do que poderá ser a candidatura de Marina Silva ao Palácio do Planalto em 2010. Certamente a notícia de que a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente deverá se desfiliar do PT e ingressar no PV para disputar a Presidência da República não estava nos planos dos articuladores da candidatura de Dilma Roussef. Marina deixou Ministério do Meio Ambiente do governo Lula descontente com a política ambiental.
Marina Silva, que segundo levantamento por telefone apresentado pelo Partido Verde teria algo entre 10% e 20% das intenções de voto, mudará a cara de uma eleição que se desenhava com um caráter plebiscitário. Seria a disputa entre os oito do petismo versus os oito anos do tucanato. Os debates seriam preenchidos com frases do tipo "o meu foi melhor que o seu" ou "o seu só fez porque o meu começou". O fator Marina Silva traz uma nova roupagem a este debate: a questão ambiental, o desenvolvimento sustentável.
A candidatura da senadora terá uma grande prejudicada que será a candidatura de Dilma Roussef, ou de quem o Planalto lançar à disputa. Certamente Marina Silva roubará votos do candidato governista. Os descontentes e desiludidos com o petismo migrarão para o nome da senadora. Esta é a grande novidade na candidatura de Marina Silva. Um nome diferente, sem os rótulos de Ciro Gomes, sem os radicalismos de Heloísa Helena. Marina Silva certamente seria saudada no meio internacional pela sua luta reconhecida em favor do meio ambiente (assunto muito prezado em qualquer fórum no exterior). Prova disso são os prêmios que a senadora já recebeu: "2007 Champions of the Earth", o maior prêmio concedido pelas Nações Unidas na área ambiental; em 2008 a medalha Duque de Edimburgo, do WWF; e neste ano de 2009 o prêmio Sophie, da fundação noruguesa de mesmo nome, criada pelo escritor Jostein Gaarder.
A viabilidade política desta candidatura só tempo irá mostrar. Dependerá de alianças e de como será apresentada ao eleitor. O PV é pequeno, tem pouco tempo de televisão para a campanha. Precisará de alianças. Partidos como PPS, PSB e PDT poderiam acrescentar este tempo e serem parceiros com alguma identificação ideológica. Uma coisa, no entanto, parece certa. A candidatura de Marina será um acréscimo a uma campanha que se desenhava plebiscitária para o eleitor, que não teria a oportunindade de dizer não aos dois projetos que governaram o país nos últimos 15/16 anos e votar em um terceiro.
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