segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Não gosto de colocar coisas pessoais aqui no blog. Mas vou abrir uma exceção.

Depois de passado o susto e resolvidas as questões burocráticas é hora de sentar e tentar entender o que aconteceu conosco na tarde da última terça-feira, dia 12, dia das crianças. Salvos por um cachorro? Não sei. Acho que não. Prefiro acreditar em um intervenção divina, um milagre mesmo que poupou oito vidas daquilo que por segundo se desenhou como uma tragédia certa e inevitável. Só assim para entender como eu estou aqui escrevendo este post, como Sarah e Elisa estão normalmente na escola, como a Joana segue seus estudos normalmente e como nossos amigos ainda estão presentes em nossas vidas. Tudo isso ainda está assim por uma questão de segundos, pela perícia e o reflexo de um motorista de uma carreta e pela presença de algo superior, forte, que chamo de Deus. Só por isso.





Eram cerca de quatro da tarde do último dia doze, voltávamos do feriadão após alguns dias em um hotel fazenda. Eu, Joana, Sarah e Elisa e nossos amigos Roberto e Adriana com suas filhas Carol e Letícia. De repente, há mais ou menos 250 quilômetros de Brasília na BR 050, um cachorro atravessa a pista. Não tive tempo de freiar nem de desviar. Atropelei o bicho e o matei na hora. Apenas vi peças do meu carro voando e me assustei com o que poderia ter acontecido. Logo à frente parei no acostamento para verificar o estrago. Nossos amigos pararam atrás para também ver o que tinha acontecido. Descemos do carro e as mulheres e as meninas ficaram. Foram poucos segundos até que tudo acontecesse...

Um maldito motorista de um Golf preto de Brasília resolveu forçar uma ultrapassagem sobre duas carretas em uma curva. Dito e feito!!! No que ele estava entre os dois caminhões apontou um terceiro em sentido contrário... Não daria tempo pra ele terminar a ultrapassagem e jogou o carro para entre as duas carretas que iam no mesmo sentido. Uma delas, a de trás, abriu espaço e foi para o acostamento. O Golf voltou, mas a carreta não teve tempo de desviar de nossos carros... Ainda assim, a perícia e o reflexo do motorista conseguiram evitar que o choque fosse em cheio da traseira do carro de nossos amigos. Pegou de raspão, com uma roda da carreta que estava suspensa. O suficiente, ainda assim, para estourar a traseira e a lateral do Citroen Picasso e jogá-lo para cima do meu 307. O estrago no meu carro não foi grande (os dois parachoques e alguns amassados atrás), já o dos nossos amigos não tem conserto. Foi perda total mesmo. De alguma maneira o meu carro evitou que o dele descesse o barranco e capotasse. Eu só ouvi o estouro e o carro dele voando pra cima do meu, o para-choque traseiro do Citroen decolou e parou metros à frente do meu carro. Quando vi, só pensei na Joana e nas minhas filhas. Uma sensação horrível... uma sensação de perda inevitável, mas que graças a Deus não foi o que aconteceu. Estavam, e estão, todas bem...

No entanto, o impressionante de tudo isso é que de oito pessoas que estavam nos dois carros ninguém se feriu. Nascemos de novo!!! Perto do que poderia, e seria mais provável, ter acontecido é só isso que conseguimos pensar. A única hipótese para este acidente não ter se transformado em uma tragédia foi a que acabou acontecendo. Tudo apontava para uma tragédia. Quando pensamos nas possibilidades custamos acreditar no que de fato ocorreu. Não achamos outra explicação... não foi sorte, não foi apenas a perícia de um motorista, chamado Gilson, de uma carreta com 40 mil quilos incluindo a carga... Foi alguma coisa a mais e que prefiro chamar de Deus. Quem passa por isso, dificilmente sai cético ou incrédulo, mas admite que há algo superior e que nós não estamos no controle de tudo.