quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Agência Senado - 29/09/2009 - Jereissati apresentará voto contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul

Finalmente esta discussão está chegando ao seu final na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O parecer, contrário ao ingresso da Venezuela, que vai ser apresentado pelo senador Jereissati já era esperado.


Agência Senado - 29/09/2009 - Jereissati apresentará voto contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Norsk politikk?

Here, the new Stortinget composition after the parliamentary elections.

Click here.

As we see, the Arbeiderpartiet (Labour Party) won 64 seats and kept de majority in the Parliament in coallition with the Senterpartiet (Center Party - 11 seats) and the Sosialistisk Venstreparti (11 seats, too). The the difference between the Rodt-Green coalition and the Opposition fell from seven to just three seats in the Stortinget in comparison with the 2005 election (88 x 81 to 86 x 83). It´s a narrow majority.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Funcionário do Senado ou dos senadores...

Este é um dilema e uma confusão que paira sobre o Senado. Os funcionários devem lealdade ao Senado ou aos senadores? Para mim a resposta é bem clara. A lealdade (tratada no artigo 116 da Lei 8112, conhecida como Regimento Jurídico Único) é bem clara e refere-se à instituiçao e não às pessoas. Portanto, a confusão se dá por desconhecimento da lei ou por obrigação de favores. O próprio senador que cobrar de um servidor lealdade aos senadores estará afrontando a lei.



Como funcionário concursado, devo ser leal ao Senado. É difícil fazer esta separação quando não se tem noção de Estado ou quando se pensa no Estado como algo que tem dono, como algo de propriedade de poucas pessoas. E este é um defeito grave na política brasileira. Há uma confusão entre o público e o privado e isto é retratado em livros clássicos da nossa história política, como Os Donos do Poder, de Raymundo Faoro, ou Coronelismo, Enxada e Voto, de Victor Nunes Leal.

Um caso clássico dessa confusão. A Rádio Senado foi criada em 1997. Sua função primordial é divulgar as ações, os fatos, as notícias, enfim, o que ocorre no Senado, de maneira institucional. E não servir ao trabalho individual de um ou outro senador. Pois bem, até 2002 esta separação era algo difícil de se cumprir. Até ali, senadores usavam os estúdios da Rádio para gravar seus programas pessoais (que são enviados para rádios dos estados sem nenhum interesse para o Senado). Pois bem, para acabar com isso não bastaram pedidos, foi necessário um Ato da Mesa Diretora da Casa regulamentando o uso do estúdios da Rádio Senado. A partir dali o uso se tornou estritamente institucional. É um caso típico de achar que a estrutura pertence à determinadas pessoas.

A confusão se perpetua e se reflete em atos como os verificados no Senado. Aí há o desrespeito a outra norma da Lei 8112. Em nome da lealdade torta aos senadores, servidores agrediram o inciso VI do artigo 116 que diz que o servidor deve "levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo" e o inciso IX que fala que "manter conduta compatível com a moralidade administrativa".

A confusão é fruto da idéia que se tem de Estado. Uma idéia baseada na amizade e no compadrio, onde o que é público não é de ninguém e, se não é de ninguém, é de quem chegar primeiro. O correto, no entanto, é que o é público é de todos e, se é de todos, cabe a cada um zelar e tomar o devido cuidado para a preservação do bem (seja ele um prédio, um carro, o erário ou, em um conceito mais amplo, uma instituição por inteiro). Esta confusão é patrocinada em boa medida por boa parte da classe política que ainda se elege na base de pequenos favores, do toma lá-dá-cá. Enquanto estes políticos continuarem agindo assim e tiverem um público cativo para esta ação as coisas dificilmente vão mudar.

Sinal de vida...

O blog anda meio parado, eu sei. Mas o tempo não. Aliás, tenho me dedicado mais ao twitter twitter.com/jeffdalmoro. Mensagens instantâneas, como se fossem entradas ao vivo no rádio e como trabalho em rádio fica mais fácil.

Além disso, tem ainda o processo de mudança que tem tomado bastante tempo. A correria é grande e ainda vai aumentar por quê o prazo para deixarmos o apartamento atual termina na próxima segunda-feira. O bom é que hoje deveremos receber o novo apartamento. Finally!!

E tem outra coisa. Estou preparando mais um curso sobre partidos políticos que começo na sexta-feira no ILB. Corrido!!!

Mas, aí vai uma "fotinha":




Helsinki, spring 2008

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Deu no Comunique-se

Abaixo, discussão sobre ética e liberdade de expressão.


Especialistas divergem sobre restrições no uso de redes sociais por jornalistas

Izabela Vasconcelos, de São Paulo


As recentes normas adotadas pela Folha de S.Paulo e TV Globo no uso de redes sociais por seus jornalistas causam polêmica. Na última semana, os dois veículos divulgaram, em comunicados internos, regras para o uso de blogs, Twitter, e outras redes sociais.
A Folha determinou que seus profissionais sigam os princípios do projeto editorial, "evitando assumir campanhas e posicionamentos partidários". O veículo também exige que os jornalistas não divulguem conteúdos de colunas e reportagens exclusivas, restritos a assinantes, na rede. A TV Globo também estabeleceu normas semelhantes aos seus funcionários, vedando a divulgação de informações institucionais e o uso de redes sociais vinculadas a outros veículos de comunicação sem prévia autorização da emissora.
O que é visto como um cerceamento da liberdade de expressão para uns, é visto como uma questão ética por outros. Bruno Rodrigues, especialista em mídias digitais, concorda com a medida adotada pelos veículos. "Esse comportamento faz parte do trabalho profissional. Discordo quando dizem que é uma forma de limitar a liberdade de expressão. Quando um jornalista cobre algum assunto para a Folha, por exemplo, o jornal tem total direito nesse caso. Se for um trabalho particular, uma investigação própria, aí é outra coisa".
O professor de pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero, pós-doutorado em comunicação e Tecnologia, Walter Teixeira Lima Júnior, acredita que o caso seja algo muito novo e analisa o ponto de vista das empresas e dos jornalistas. "Tudo o que você vai falar vai para o bem ou para o mal da empresa. A preocupação do veículo é que eles têm concorrentes. Tudo isso é muito novo, tanto jornalistas como empresas estão aprendendo como conviver".
Apesar de enxergar as razões das empresas, Lima acredita que o jornalista também tem voz fora do veículo e o direito de expressar sua opinião fora de seu período de trabalho, mesmo de um assunto que tenha coberto. "Os veículos não podem limitar a liberdade do individuo. É como no passado, o jornalista escrevia a matéria, saía da redação e depois ia às ruas, era ativista", conclui o jornalista, que enfatiza que o profissional também deve ter responsabilidade sobre o que fala.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Para reflexão

Artigo interessante do economista Luiz Gonzaga Belluzo.



UM OLHAR SOBRE NOSSA IMPRENSA

Artigo de Luís Gonzaga Belluzzo, economista da UNICAMP

Eu estava na ante-sala de uma médica, em Salvador. Sábado, dia 29 de agosto. E apenas por essa contingência, dei-me de cara com uma chamada de primeira página - uma manchetinha - da revista Época, já antiga, de março deste ano de 2009: "A moda de pegar rico" - as prisões da dona da Daslu e dos diretores da Camargo Corrêa.

Alguém já imaginou uma manchete diferente, e verdadeira como por exemplo, A moda de prender pobres? Ou A moda de prender negros? Não, mas aí não. A revolta é porque se prende rico. Rico, mesmo que cometendo crimes, não deveria ser preso.


Lembro isso apenas para acentuar aquilo que poderíamos denominar de espírito de classe da maioria da imprensa brasileira. Ela não se acomoda - isso é preciso registrar. Não se acomoda na sua militância a favor de privilégios para os mais ricos. E não cansa de defender o seu projeto de Brasil sempre a favor dos privilegiados e a favor da volta das políticas neoliberais. Tenho dito com certa insistência que a imprensa brasileira tem partido, tem lado, tem programa para o País.


E, como todos sabem, não é o partido do povo brasileiro. Ela não toma partido a favor de quaisquer projetos que beneficiem as maiorias, as multidões. Seus olhos estão permanentemente voltados para os privilegiados. Não trai o seu espírito de classe.


Isso vem a propósito do esforço sobre-humano que a parcela dominante de nossa mídia vem fazendo recentemente para criar escândalos políticos. E essa pretensão, esse esforço não vem ao acaso. Não decorre de fatos jornalísticos que o justifiquem.


Descobriram Sarney agora. Deu trabalho, uma trabalheira danada. A mídia brasileira não o conhecia após umas cinco décadas de presença dele na vida política do país. Só passou a conhecê-lo agora, quando se fazia necessário conturbar a vida do presidente da República. O ódio da parcela dominante de nossa mídia por Lula é impressionante. Já que não era possível atacá-lo de frente, já que a popularidade e credibilidade dele são uma couraça, faça-se uma manobra de flanco de modo a atingi-lo. Assim, quem sabe, terminemos com a aliança do PMDB com o PT.


Não, não se queira inocência na mídia brasileira. Ninguém pode aceitar que a mídia brasileira descobriu Sarney agora. Já o conhecia de sobra, de cor e salteado. Não houve furo jornalístico, grandes descobertas, nada disso. Tratava-se de cumprir uma tarefa política. Não se diga, porque impossível de provar, ter havido alguma articulação entre a oposição e parte da mídia para essa empreitada. Talvez a mídia tenha simplesmente cumprido o seu tradicional papel golpista.


Houvesse a pretensão de melhorar o Senado, de coibir a confusão entre o público e o privado que ali ocorre, então as coisas não deviam se dirigir apenas ao político maranhense, mas à maior parte da instituição. Só de raspão chegou-se a outros senadores. Nisso, e me limito a apenas isso, o senador Sarney tem razão: foi atacado agora porque é aliado de Lula. Com isso, não se apagam os eventuais erros ou problemas de Sarney. Explica-se, no entanto, a natureza da empreitada da mídia.


A mídia podia se debruçar com mais cuidado sobre a biografia dos acusadores. Se fizesse isso, se houvesse interesse nisso, seguramente encontraria coisas do arco da velha. Mas, nada disso. Não há fatos para a mídia. Há escolhas, há propósitos claros, tomadas de posição. Que ninguém se iluda quanto a isso.


Do Sarney a Lina Vieira. Impressionante como a mídia não se respeita. E como pretende pautar uma oposição sem rumo. É inacreditável que possamos nós estarmos envolvidos num autêntico disse-me-disse quase novelesco, o país voltado para saber se houve ou não houve uma ida ao Palácio do Planalto. Não estamos diante de qualquer escândalo. Afinal, até a senhora Lina Vieira disse que, no seu hipotético encontro com Dilma, não houve qualquer pressão para arquivar qualquer processo da família Sarney - e esta seria a manchete correta do dia seguinte à ida dela ao Senado. Mas não foi, naturalmente.


Querem, e apenas isso, tachar a ministra Dilma de mentirosa. Este é objetivo. Sabem que não a pegam em qualquer deslize. Sabem da integridade da ministra. É preciso colocar algum defeito nela. Não importa que tenham falsificado currículos policiais dela, vergonhosamente. Tudo isso é aceitável pela mídia. Os fins, para ela, justificam os meios.


Será que a mídia vai atrás da notícia de que Alexandre Firmino de Melo Filho é marido de Lina? Será? Eu nem acredito. E será, ainda, que ele foi mesmo ministro interino de Integração Nacional de Fernando Henrique Cardoso, entre agosto de 1999 e julho de 2000? Era ele que cochichava aos ouvidos dela quando do depoimento no Senado? Se tudo isso for verdade, não fica tudo muito claro sobre o porquê de toda a movimentação política de dona Lina? Sei não, debaixo desse angu tem carne…


Mas, há, ainda, a CPI da Petrobras que, como se imaginava, está quase morrendo de inanição. Os tucanos não se conformam, E nem a mídia. Como é que a empresa tornou-se uma das gigantes do petróleo no mundo, especialmente agora sob o governo Lula e sob a direção de um baiano, o economista José Sérgio Gabrielli de Azevedo? Nós, os tucanos, pensam eles, fizemos das tripas coração para privatizá-la e torná-la mais eficiente, e os petistas mostram eficiência e ainda por cima descobrem o pré-sal. É demais para os tucanos e para a mídia, que contracenou alegremente com a farra das privatizações do tucanato.


Acompanho o ditado popular “jabuti não sobe em árvore”. A CPI da Petrobras não surge apenas como elemento voltado para conturbar o processo das eleições. Inegavelmente isso conta. Mas o principal são os interesses profundos em torno do pré-sal. Foi isso ser anunciado com mais clareza e especialmente anunciada a pretensão do governo de construir um novo marco regulatório para gerir essa gigantesca reserva de petróleo, e veio então a idéia da CPI, entusiasticamente abraçada pela nossa mídia. Não importa que não houvesse qualquer fato determinado. Importava era colocá-la em marcha.


Curioso observar que a crise gestada pela mídia com a tríade Sarney-Lina-Petrobras, surge precisamente no mesmo período daquela que explodiu em 2005. Eleições e mídia, tudo a ver. Por tudo isso é que digo que a mídia constitui-se num partido. Nos últimos anos, ela tem se comportado como a pauteira da oposição, que decididamente anda perdida. A mídia sempre alerta a oposição, dá palavras-de-ordem, tenta corrigir rumos.


De raspão, passo por Marina Silva. Ela sempre foi duramente atacada pela mídia enquanto estava no governo Lula. Sempre considerada um entrave ao desenvolvimento, ao progresso quando defendia e conseguia levar adiante suas políticas de desenvolvimento sustentável. De repente, os colunistas mais conservadores, as revistas mais reacionárias, passam a endeusá-la pelo simples fato de que ela saiu do PT. É a mídia e sua intervenção política. Marina, no entanto, para deixar claro, não tem nada com isso. Creio em suas intenções de intervenção política séria, fora do PT. Neste, teve uma excelente escola, que ela não nega. Por tudo isso, considero essencial a realização da I Conferência Nacional de Comunicação. Por tudo isso, tenho defendido com insistência a necessidade de uma nova Lei de Imprensa. Por tudo isso, em defesa da sociedade, tenho defendido que volte a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.


Por tudo isso, tenho dito que a democratização profunda da sociedade brasileira depende da democratização da mídia, de sua regulamentação, de seu controle social. Ela não pode continuar como um cavalo desembestado, sem qualquer compromisso com os fatos, sem qualquer compromisso com os interesses das maiorias no Brasil.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A reforma que não reforma

O Congresso Nacional debate uma minirreforma eleitoral para vigorar nas eleições de 2010. De mais importante, o texto em discussão traz a possibilidade de doações de recursos para as campanhas via internet (com cartão de crédito ou débito), boleto bancário e por telefone, e as regras para a campanha na rede mundial de computadores.


Em resumo, a minirreforma muda o que os senhores parlamentares acham que os incomoda na eleição. Agora, ficará mais difícil fiscalizar as doações para as campanhas e, tão grave quanto, haverá restrições ao território livre da internet.


O que o texto prevê é que os portais de notícias (tipo UOL, ClicRBS, Terra, Globo, Agestado) terão que obedecer regras como se fossem TVs, rádios ou jornais impressos. O espaço dado a um candidato terá que ser dado igualmente a outro e os blogs hospedados ali não poderão falar de um candidato sem falar nos outros. Haverá direito de resposta em caso de ofensas a candidatos, inclusive em blogs, páginas no orkut ou twitter de pessoas físicas. Ou seja, a partir de 5 de julho do ano que vem ninguém mais poderá dar sua opinião sobre os candidatos sob o risco de ser processado pela lei eleitoral. Resumindo: cortaram a liberdade de expressão do cidadão. Uma inconstitucionalidade visível.

O parágrafo terceiro do artigo 57D emendado pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB/MG) ao é a seguinte:

§ 3º É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato e assegurado o direito de resposta, em blog assinado por pessoa natural, rede social, sítio de interação e de mensagens instantâneas e assemelhados, e em outras formas de comunicação interpessoal mediante mensagem eletrônica, não se lhes aplicando o disposto nos incisos II e III deste artigo.”

No meio disso tudo há ainda um outro ponto que fere o direito à informação por parte do eleitor. Os sites jornalísticos, por meio de editoriais, não poderão deixar claro se são a favor, se apoiam, candidato A, B ou C. Neste caso não se trata de benefício a determinado candidato, nem a tratamento privilegiado. Mas, é uma questão de transparência, de avisar ao leitor/internauta que aquele portal apoia um candidato. Assim, que ler o material já saberá de antemão qual o viés daquela notícia e saberá filtrar a notícia da melhor maneira. É mais ou menos o que fazem os veículos de comunicação nos Estados Unidos, que desde o início das campanhas deixam claro qual candidato estão apoiando.

Mas, há ainda a esperança de que o Plenário do Senado derrube estes pontos e devolva aos cidadãos o direito de expressão sobre suas vontades políticas. Ora, se os senhores candidatos querem apenas elogios que se apresentem como candidatos apenas às suas digníssimas mães, mas não coloquem seus nomes nas ruas para a avaliação do eleitorado. Eleição pressupõe crítica e elogio e pra quem não souber conviver com a primeira a Gol e a Tam têm linhas diárias pra Caracas, a terra do primo Chávez.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Potência Militar Média?

Cinco submarinos, sendo um nuclear, e 50 helicópteros, além de mais 36 caças. A França armará as Forças Armadas Brasileiras. No dois primeiros itens: 19 bilhões de reais. Para os caças serão destinados US$ 4 bilhões. É o maior investimento feito por um Governo brasileiro em armamentos. O que significam estes investimentos?
Bom, aí depende pra quem olhamos. Se olharmos para os Estados Unidos, a única superpotência no mundo de hoje, isso significa 10 dias de gastos militares daquele país. Ou seja, não significa praticamente nada. Nem cócegas faz.
Se olharmos em termos históricos no Brasil significa uma ironia do destino. Veja bem, o governo que tem o maior número de combatentes da Ditadura Militar que assolou o Brasil entre 1964 e 1985, é o governo que mais investe no reequipamento das Forças Armadas. Enquanto que o governo que foi integrado por aqueles que apoiaram politicamente a Ditadura (PFL-hoje Democratas) foi o que mais deixou à deriva nossas Forças Armadas.
Se fixarmos a análise na questão Atlântico Sul significa que o Brasil, uma vez de posse de um submarino nuclear que pode permanecer em baixo d'água por tempo indeterminado (esse o grande diferencial para os convencionais) significa que o nosso país terá o domínio completo da região. Será a maior armada abaixo da linha do Equador, o que significa que ficará mais fácil a patrulha do mar territorial e do mar jurisdicional do Brasil. Com ou sem pré-sal, isso é importante. Porque, com ou sem pré-sal, o Brasil tem uma reserva importante de petróleo, além de todo o resto.
Se compararmos com outros países, os contratos com a França nos elevam definitivamente à categoria de Potência Média no cenário mundial. Se éramos emergentes, a partir deste fato somos um potência. Mas, afinal o que isso quer dizer? Quer dizer que o Brasil passa a ser visto com outro olhos pelas outras potências mundiais. Há ônus e bônus. A liderança do país frente a outros países em desenvolvimento será cobrada, exigida. A característica de hesitar em assumir esta liderança precisa ser colocada de lado. Não é mais uma questão de querer liderar ou não, mas ser compelido a isto.
É mais do que justificável a compra de equipamentos para as Forças Armadas. É mais do que justificável que o Brasil preze pela sua segurança e sua defesa. Um ônus é que, em breve, poderemos ser chamados a atuar em campanhas na África, por exemplo, mas não apenas em missões de paz, como no Haiti, mas também em missões de construção da paz que a ONU venha a fazer parte.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Bom fim de semana e feriado...

Campos do Sul do Mundo. Ao fundo (no lago) uma salmonera,
onde são produzidos salmões em cativeiro.
Interior entre Frutillar e Llanquihue, Patagônia Chilena, 2006

70 anos do início da II Guerra Mundial











Esta semana foram lembrados os 70 do início da II Guerra Mundial. Os primeiros bombardeios aconteceram em Danzig (atual Gdansk) na invasão da Polônia pela Alemanha Nazista. O que se sucedeu a partir das 4hs45 daquele primeiro de setembro até o dia 2 de setembro de 1945 foi um show de horrores patrocinado pela Alemanha de Hitler em nome de uma supremacia ariana e da criação de um império que deveria durar mil anos. Disso resultou algo entre 60 e 80 milhões de mortos entre militares e civis, contados aí os 6 milhões de judeus vítimas do holocausto.
O período é muito bem explorado em filmes como: Ike - O Dia D; O mais longo dos dias; O resgate do soldado Ryan; Stalingrado; O romance "Casablanca", que tem como pano de fundo a Guerra; e a super série Band of Brothers (na minha opinião a melhor de todas).
E em livros com O Dia D e Soldados Cidadãos, de Stephen Ambrose, entre tantos outros.
As fotos do post (todas do meu arquivo pessoal) são de três pontos do Dia D (4 de junho de 1944). Da esquerda para a direita: Museu do Dia D, em Utah Beach; Cemitério Americano, em Omaha Beach; e a igreja de St.-Mère-Eglise, local de aterrissgem de parte da 101a Divisão Aerotransportada dos EUA. Eles desceram ali por engano e viram-se cercados por soldados alemães (krautz). O boneco pendurado na torre da igreja lembra o soldado que ficou da mesma forma recebendo "as boas vindas" dos alemães que cercavam a igreja. Ele se salvou, por mais incrível que possa parecer, e os americanos tomaram a cidade, que era um ponto de ligação entre as praias e o interior da Normandia.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A necessidade de reforçar as Forças Armadas

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou ontem dois empréstimos no valor total de € 6 bilhões para reequipamento da Aeronáutica e para a construção de cinco submarinos, sendo um deles nuclear. A Aeronáutica vai ganhar 50 helicópteros construídos em parceria entre o Brasil e a França.

No Brasil há ainda um ranso, um preconceito contra equipar as Forças Armadas. Há um temor de que Exército, Marinha e Aeronáutica fortes irão tomar conta do país e destituir os demais poderes. Isso é trauma que precisa de psicólogo. Forças Armadas fortes, com a crescente inserção do Brasil no mundo, é uma necessidade e não um luxo, muito menos um atentado à democracia.

O fortalecimento das Forças Armadas é importante para a manutenção da soberania do país e para a ampliação da imagem de liderança que o Brasil tem e pretende ter cada vez mais na América Latina e entre países emergentes. Desde meados dos anos 90 o Brasil vem ganhando projeção no cenário mundial. A estabilidade da economia, o crescimento do PIB, a diminuição das desigualdades, a participação no comércio internacional e a postura do país em organismos como a OMC colocaram o Brasil em posição de destaque ou de liderança em blocos como o G-20 (dos ricos), o G-20 (da OMC), o G-77, o Mercosul, a Unasul e os BRICs. As grandes potências esperam muito do Brasil em todos estes grupos pela característica de moderação de nossa diplomacia ao longo dos séculos e também pela características de nossa democracia, com valores mais ocidentalizados, com eleições livres e sérias e instituições estáveis (embora ainda não totalmente confiáveis).

No post anterior chamei atenção para um texto do El País (publicado pelo UOL) que mostra o crescimento dos investimentos em armas pelos governos Sul-Americanos. Este é mais um motivo para que o país se equipe. Nossos vizinhos bolivianos e venezuelanos não são nada confiáveis, o Paraguai é um estado paralelo que não consegue se institucionalizar decentemente, há também a fronteira amazônica sempre preocupante. Hoje a fronteira mais tranquila é a que mais preocupou até metade do século XIX: com a Argentina. Há ainda o pré-sal e a necessidade de proteção da nossa costa atlântica (por isso a importância de um submarino nuclear que pode ficar por muito tempo submerso).

Levando-se em conta uma das premissas realistas das Relações Internacionais de que um país se transforma em potência por três vias, preferencialmente conjugadas, que são a diplomacia, a economia e a força militar (é mais ou menos assim, se uma não funciona, usa-se a outra), fica claro que o Brasil precisa de forças armadas bem equipadas (e aí não são apenas armas, mas também treinamento e bons salários). O Brasil não pode ficar em inferioridade em relação a países como a Venezuela, cujo presidente não se sabe até onde quer chegar e que é cheio de encrencas políticas e territoriais com seus vizinhos colombianos e guianenses.