Cinco submarinos, sendo um nuclear, e 50 helicópteros, além de mais 36 caças. A França armará as Forças Armadas Brasileiras. No dois primeiros itens: 19 bilhões de reais. Para os caças serão destinados US$ 4 bilhões. É o maior investimento feito por um Governo brasileiro em armamentos. O que significam estes investimentos?
Bom, aí depende pra quem olhamos. Se olharmos para os Estados Unidos, a única superpotência no mundo de hoje, isso significa 10 dias de gastos militares daquele país. Ou seja, não significa praticamente nada. Nem cócegas faz.
Se olharmos em termos históricos no Brasil significa uma ironia do destino. Veja bem, o governo que tem o maior número de combatentes da Ditadura Militar que assolou o Brasil entre 1964 e 1985, é o governo que mais investe no reequipamento das Forças Armadas. Enquanto que o governo que foi integrado por aqueles que apoiaram politicamente a Ditadura (PFL-hoje Democratas) foi o que mais deixou à deriva nossas Forças Armadas.
Se fixarmos a análise na questão Atlântico Sul significa que o Brasil, uma vez de posse de um submarino nuclear que pode permanecer em baixo d'água por tempo indeterminado (esse o grande diferencial para os convencionais) significa que o nosso país terá o domínio completo da região. Será a maior armada abaixo da linha do Equador, o que significa que ficará mais fácil a patrulha do mar territorial e do mar jurisdicional do Brasil. Com ou sem pré-sal, isso é importante. Porque, com ou sem pré-sal, o Brasil tem uma reserva importante de petróleo, além de todo o resto.
Se compararmos com outros países, os contratos com a França nos elevam definitivamente à categoria de Potência Média no cenário mundial. Se éramos emergentes, a partir deste fato somos um potência. Mas, afinal o que isso quer dizer? Quer dizer que o Brasil passa a ser visto com outro olhos pelas outras potências mundiais. Há ônus e bônus. A liderança do país frente a outros países em desenvolvimento será cobrada, exigida. A característica de hesitar em assumir esta liderança precisa ser colocada de lado. Não é mais uma questão de querer liderar ou não, mas ser compelido a isto.
É mais do que justificável a compra de equipamentos para as Forças Armadas. É mais do que justificável que o Brasil preze pela sua segurança e sua defesa. Um ônus é que, em breve, poderemos ser chamados a atuar em campanhas na África, por exemplo, mas não apenas em missões de paz, como no Haiti, mas também em missões de construção da paz que a ONU venha a fazer parte.
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