sábado, 22 de agosto de 2009

A Biblioteca Esquecida de Hitler

Estou lendo "A Biblioteca Esquecida de Hitler" (Timothy W. Ryback, 2009: Cia das Letras, 328 pág.). Um livro interessante que, confesso, quando comprei não apostava muito no seu conteúdo, mas comprei pela curiosidade em saber quais foram as influências que levaram Adolf Hitler a fazer o que fez e se a loucura dele teria algum embasamento teórico. Imaginava um livro apenas descritivo das obras lidas pelo chefe do estado Nazista.
No entanto, o que encontrei até agora quando passei um pouco da metade do texto é uma narrativa interessante e rica nos detalhes sobre como as principais obras da biblitoeca de mais de 16 mil exemplares chegaram até o líder nazi e o influenciaram. Há ali nítidas influências de filósofos alemães como Nietzsche, Schopenhauer, Fichte e Lagarde. Todos anti-semitas. Há ainda, obviamente, influências de teóricos no nacional socialismo.
Todos esses textos deram a Adolf Hitler a teoria necessária para que pusesse em prática o dom de liderar e arregimentar as massas em favor do Nacional-Socialismo. Em Hitler sobrava o que faltava ao teóricos: a capacidade de transformar esta teoria em prática. De fazer do anti-semitismo filosófico, compartilhado por nomes como Henry Ford e seu livro "O Judeu Internacional" , uma Política de Estado.
Hitler portanto, anti-semita por natureza, foi o produto de um estado onde o anti-semitismo estava presente na educação e nos livros. Foi um produto do seu meio. A potencialização de um ódio latente. Hitler, e aqui vai uma contradição e uma surpresa, era favorável à criação de um estado Judeu na Palestina (a exemplo do que ocorreu no pós-Guerra). Porém, sua motivação não era a de restaurar aos Judeus o seu lugar na Terra Santa, mas livrar a Europa do que ele considerava um mal e um atraso.
O livro é interessante por mostrar estas influências e possibilitar um entendimento sobre o meio filosófico que cercou Hitler antes de sua ascensão e depois de sua chegada ao poder. Uma leitura que vale à pena.

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