quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Defesa e Inteligência

A Biblioteca do Senado foi palco ontem do lançamento do livro Atividade de Inteligência e Legislação Correlata. O autor, Joanisval Brito Gonçalves, é consultor-legislativo aqui do Senado. Tive aula com ele sobre Relações Internacionais. Tivemos alguns debates interessantes, sobretudo em questões que definem quando um Golpe é Golpe ou quando é Revolução.

Bom, hoje entrevistei o Joanisval sobre o livro e também sobre as políticas de defesa e de inteligência do Brasil. Entre os pontos destacados, Joanisval afirma que há preconceito generalizado na mídia e na política em relação a estes assuntos. Ele deixa claro que por causa desse preconceito, que na verdade é um ranso que vem ainda da transição democrática, quando tudo que era relacionado a isso era sinônimo de ditadura, o Brasil perde tempo e não determina suas políticas para estas duas áreas. E vai além afirmando que não só derrubar o preconceito basta, mas será preciso também o país se definir quanto à sua posição de liderança na América Latina e de potência emergente no cenário mundial.

Mas, um ponto que chamou a atenção foi quando conversamos sobre o possível uso de bases colombianas pelas Forças Armadas dos EUA. Ele afirma que o maior perigo para a estabilidade na América Latina não está nesta cessão do governo colombiano ao norte-americano. Mas, na política armamentista da Venezuela, um país que não vive o que se pode chamar de Estado Democrático de Direito, que fecha acordos com países como Irã e Rússia (para compra de armas) e tem conflitos territoriais com a Guiana e a Colômbia.

O detalhe disso tudo é que, em um possível conflito ou invasão da Guiana, o único caminho para a Venezuela é cruzar pelo território brasileiro no estado de Roraima, justamente onde fica a reserva indígena Raposa-Serra do Sol. Muito mais preocupante do que as bases militares dos EUA na Colômbia, um país com quatro décadas de democracia.

Ah sim, a entrevista com o professor e consultor do Senado, Joanisval Brito Gonçalves, vai ao ar amanhã na Rádio Senado (Brasília: 91,7Mhz; Natal: 106,9Mhz; e Cuiabá: 102,5Mhz), às 7h30, e estará disponível também na Radio Agência ainda pela manhã.

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