terça-feira, 16 de novembro de 2010

A responsabilidade no colo dos outros

É incrível como as pessoas adoram jogar a responsabilidade pra cima dos outros. Se for pra cima do Estado, então, melhor ainda, porque se eximem por completo de qualquer participação, além de seguir a moda e o caminho mais fácil da "crítica pela crítica". Escrevo isso após ler um comentário de leitor(a) a uma reportagem do site correioweb.com sobre um acidente que ocorreu no feriado aqui no Distrito Federal (texto aqui). Para facilitar, o texto do comentário:

"carros sem qualidades nenhuma.... tudo a olho nu perante o governo, mas ela nao quer saber de nada a nao ser de ficar aparecendo em fotos do lado da louca e depravada da dilma... esse pais somente DEUS...."
Percebam que o leitor joga a culpa de os carros não terem segurança no Governo. Mas, peraí, que eu saiba o Governo não fabrica carros, não há nenhuma "Autobrás" ou qualquer coisa que o valha. A responsabilidade é das montadoras que jogam no mercado brasileiro carros sem condição nenhuma de segurança. Palios, Unos, Gols, Corsas, Celtas, Prismas e afins são carroças sem a menor condição de uso em qualquer país com um mercado mais exigente, coisa que o mercado brasileiro não é. Aqui, ao invés de brigarmos por condições melhores nos carros, aceitamos estas tranqueiras 1.0 sem nenhum tipo de segurança que as montadoras oferecem. E olha que as grandes montadoras tiveram boa parte de seus lucros no período da crise de 2008/2009 garantidos pelo mercado brasileiro.

Há ainda a responsabilidade, ou a falta dela, de boa parte dos compradores brasileiros que ao invés de darem prioridade a itens de segurança (tais como airbag, abs e barras de proteção) preferem comprar carros pelados e gastar com rodas, banquinho em couro, sonzinho MP3 pra abrir o porta-malas na praia e executar o ouvido alheio com músicas de péssimo gosto. Só um aviso: esses carros continuam sendo carrinhos de plástico sem segurança. É assim que brasileiro entende de carro.

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