A eleição de 2010 deverá apresentar entre seus resultados a consolidação de uma tendência de mudança no quadro partidário nacional. O responsável por esta mudança é o Democratas que deverá ver mais uma vez suas bancadas no Senado Federal e na Câmara dos Deputados reduzidas em relação às eleições 2006 e encerrar o pleito de 2010 sem nenhum governador eleito (teve um em 2006). O partido segue o mesmo rumo de outra legenda de centro-direita, o PP, que caiu tanto nos últimos 24 anos e consolidou-se como uma legenda média. O DEM perde ao longo dos anos preponderância nos cenários local e nacional. O partido está desgastado. Vamos aos dados que mostram isso.
De 1990 a 2006 o DEM experimentou uma queda no seu número de deputados federais. Elegeu 83 parlamentares em 1990, chegou a um pico de 105 em 1998 e caiu para 65 em 2006. Levando em consideração uma simples linha de tendência, pode-se esperar uma bancada próxima dos 55 parlamentares do antigo PFL na próxima composição da Câmara. No Senado o panorama não é diferente. Para este ano, o partido deve ver sua bancada encolhida de 14 para 10 representantes de acordo com estimativas do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). A redução é significativa quando se trata de um partido que há pouco mais de dois anos pleiteava a presidência do Senado por ter a maior bancada na Casa juntamente com o PMDB.
Agora o nível estadual. Visualizando a composição das Assembleias Legislativas desde 1986, o DEM, então PFL, reduz o número total de deputados estaduais de 24,2% (em 1986) para 11,1% (em 2006), deixando de ser o segundo maior para se tornar o quarto. Quando se analisa os dados para os governo estaduais o declínio da antiga Frente Liberal é ainda maior. Podemos tomar dois pontos: de 1990 a 2006, a queda é de sete, no primeiro ano, para um, em 2006. No entando, o declínio é mais visível e constante se pegarmos de 1998, quando o partido elegeu seis governadores, para 2006, quando venceu em apenas uma unidade da federação.
Mais constrangedor ainda para o partido é recordar que o único governador eleito em 2006 não conseguiu cumprir o mandato. José Roberto Arruda foi obrigado a deixar o Governo do Distrito Federal enrolado em um escândalo de corrupção.
Nas prefeituras a presença do partido também é visível. Iniciando pelas capitais, em 2004 e 2008 apenas uma prefeitura em cada eleição foi conquistada pelo PFL/DEM. Tudo bem que em 2008 foi São Paulo. Mas a pergunta é: por méritos próprios? A resposta mais abaixo quando falarei das causas deste declínio. Excluídas as capitais, a presença do DEM nos demais exceutivos locais também vem caindo: de 24,7% das prefeituras conquistadas em 1988 para 9%, praticamente um terço, em 2008.
Mas, a que se deve este declínio?
O Democratas tem suas origens no período do Regime Militar, quando a maioria dos seus integrantes mais antigos integram a ARENA, o partido oficial do regime e apoiador da Ditadura. Podemos ir ainda mais para trás no tempo e encontraremos uma ligação histórica e ideológica do DEM com a União Democrática Nacional, a UDN. De lá pra cá muitas coisas mudaram, não vejo o DEM como um partido golpista a exemplo do que era a UDN, nem autoritário como era a ARENA, embora, repito, muitas de suas principais lideranças tenham nascido politicamente no período militar. É portanto, o Democratas, um partido com uma longa tradição política e de participação no poder, seja ele local ou nacional.
Talvez haja vários motivos que expliquem o declínio de um grupo político e tradição de participação no poder é uma delas. Basta ver o que aconteceu neste ano na Inglaterra quando após 13 anos os Trabalhistas deixaram o poder e, mais do que isso, o sistema inglês mostrou-se com três partidos relevantes com a ascenção dos Liberais Democratas. Voltemos ao cenário brasileiro.
No entanto, a razão pela qual o Democratas vê declinar sua capacidade de eleger representantes é o fato de o partido (ainda como PFL) ter se transformado em uma mera sombra do PSDB, partido ao qual se aliou ainda na primeira metade da década de 90 e participou dos dois períodos presidenciais com o vice. Analisando os dados do Democratas ao longo das eleições percebe-se que o declínio mais acentuado do partido se dá de 1998 para cá. Naquele ano, o partido atinge o ápice de sua representação na Câmara dos Deputados e elege seis governadores. Associada ao ano 2000, quando há uma reação na participação nas camaras municipais e nas prefeituras, este período de dois anos (duas eleições) é o último de ascenção do então PFL.
É difícil para um partido manter-se forte e relevante sem apresentar novas lideranças. Diferente do PMDB que tem lideranças fortes no campo regional e mantem uma presença maciça nos governos estaduais, prefeituras, assembleias e no Congresso Nacional, mesmo sem apresentar candidatos à Presidência, em uma clara estratégia de ser um partido relevante na composição de governos, o DEM se propôs a isso quando aliou-se ao PSDB mas não conseguiu ter a mesma força do PMDB. Nesse caminho, claro, há perdas de figuras que poderiam dar o DEM/PFL o salto que faltou. Falo de Luís Eduardo Magalhães, morto em 1998, e que seria uma forte indicação do partido para a presidência em 2002.
Mas, o partido não soube se recompor e não manteve sua relevância na aliança oposicionista com o PSDB. E as rusgas em torno da indicação do vice na chapa de José Serra nas eleições de 2010 deixaram esta diminuição da importância do partido evidentes.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Um pitaco sobre jornalismo
Record x Globo; Globo x Abril/UOL; Record x Folha; Record x Abril/UOL ... A nossa mídia está em pé de guerra. Bom ou ruim? Nem um, nem outro, isto é simplesmente ótimo porque é a grande chance de escancarar para o público como funcionam os interesses dos grandes conglomerados de mídia do nosso país.
A briga Dunga x Globo deixou claro como os veículos manipulam a informação quando os seus interesses são contrariados. A presepada protagonizada pelos jornalistas globais tentando fazer parecer que a ira de Dunga era gratuita, sem motivos, não durou 24 horas. O pano de fundo para a desavença foi a negativa do técnico da Seleção para que jogadores dessem entrevistas exclusivas ao Fantástico do último domingo. Certo está Dunga em negar, errou Dunga na forma de se expressar e errou a Globo ao pensar que a desonestidade da explicação passaria imperceptível em tempos de mídias sociais e de informação "sem donos".
As mídias sociais, principalmente o Twitter e sua capacidade de propagar informações rapidamente, são as responsáveis por uma novidade na nossa imprensa: ela que se acostumou a apenas criticar, passou a ser alvo de críticas por parte da opinião pública que ela mesma tenta formar. Leitores, ouvintes, telespectadores e twitteiros passaram a exercer na relação com a mídia o papel que a mídia exerce quando se relaciona a classe política no que diz respeito ao controle e à fiscalização de atos públicos. A diferença crucial nessas relações, claro, é que a mídia tem interesses implícitos na relação com o poder público. Interesses estes que vão além da boa informação e muitas vezes se restringem às vontades dos donos dos veículos. Ali, a participação é mediada, só entra quem tem permissão. O que não ocorre com as mídias sociais. Entra quem quer, fala-se o que quiser e repercute-se o que bem entender. Por isso, movimentos como o #calabocagalvao, #calabocatadeuschmidt e #umdiasemglobo ganham corpo, seguidores e influência.
Twitter, Orkut e Facebook são fenômenos novos que as classes políticas estão aprendendo a usar, mas que a própria mídia convencional ainda não se deu conta da força, influência e da capacidade de propagar informações e tendências. São benéficas e são um instrumento que cada vez mais se mostra importante para a democratização do acesso à informação. Políticos que se aventuram nesse meio, mas que não respondem a seus seguidores, não sobrevivem ou perdem credibilidade. A mídia convencional se não fizer o mesmo, se não valorizar o peso das novas mídias, perderá sua já abalada credibilidade.
Jornalista não é lobista, não tem mandato de representação da sociedade e não está acima do bem e do mal. Jornalista presta serviço de informação e esta deve ser a mais isenta possível. No entanto, jornalistas que cobrem o Congresso Nacional e os que cobrem a Seleção Brasileira cometem o mesmo pecado: acreditam que falam em nome do povo, quando na verdade falam tão somente em nome de seus grandes conglomerados de comunicação. A maioria, de tão incompetente, faz o papel ridículo de bonequinho na mão de grupos políticos ou de mídia.
A briga Dunga x Globo deixou claro como os veículos manipulam a informação quando os seus interesses são contrariados. A presepada protagonizada pelos jornalistas globais tentando fazer parecer que a ira de Dunga era gratuita, sem motivos, não durou 24 horas. O pano de fundo para a desavença foi a negativa do técnico da Seleção para que jogadores dessem entrevistas exclusivas ao Fantástico do último domingo. Certo está Dunga em negar, errou Dunga na forma de se expressar e errou a Globo ao pensar que a desonestidade da explicação passaria imperceptível em tempos de mídias sociais e de informação "sem donos".
As mídias sociais, principalmente o Twitter e sua capacidade de propagar informações rapidamente, são as responsáveis por uma novidade na nossa imprensa: ela que se acostumou a apenas criticar, passou a ser alvo de críticas por parte da opinião pública que ela mesma tenta formar. Leitores, ouvintes, telespectadores e twitteiros passaram a exercer na relação com a mídia o papel que a mídia exerce quando se relaciona a classe política no que diz respeito ao controle e à fiscalização de atos públicos. A diferença crucial nessas relações, claro, é que a mídia tem interesses implícitos na relação com o poder público. Interesses estes que vão além da boa informação e muitas vezes se restringem às vontades dos donos dos veículos. Ali, a participação é mediada, só entra quem tem permissão. O que não ocorre com as mídias sociais. Entra quem quer, fala-se o que quiser e repercute-se o que bem entender. Por isso, movimentos como o #calabocagalvao, #calabocatadeuschmidt e #umdiasemglobo ganham corpo, seguidores e influência.
Twitter, Orkut e Facebook são fenômenos novos que as classes políticas estão aprendendo a usar, mas que a própria mídia convencional ainda não se deu conta da força, influência e da capacidade de propagar informações e tendências. São benéficas e são um instrumento que cada vez mais se mostra importante para a democratização do acesso à informação. Políticos que se aventuram nesse meio, mas que não respondem a seus seguidores, não sobrevivem ou perdem credibilidade. A mídia convencional se não fizer o mesmo, se não valorizar o peso das novas mídias, perderá sua já abalada credibilidade.
Jornalista não é lobista, não tem mandato de representação da sociedade e não está acima do bem e do mal. Jornalista presta serviço de informação e esta deve ser a mais isenta possível. No entanto, jornalistas que cobrem o Congresso Nacional e os que cobrem a Seleção Brasileira cometem o mesmo pecado: acreditam que falam em nome do povo, quando na verdade falam tão somente em nome de seus grandes conglomerados de comunicação. A maioria, de tão incompetente, faz o papel ridículo de bonequinho na mão de grupos políticos ou de mídia.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Precisar da Lei da Ficha Limpa é uma vergonha
É uma vergonha que uma democracia ainda precise tutelar seus eleitores para que eles não cometam, ou minimizem as besteiras quando foram às urnas. A Lei da Ficha Limpa é isso. Uma tutela, um freio às ações de um eleitorado que na grande maioria dos casos não lembra em quem votou no dia seguinte ao pleito. É uma pena que a nossa democracia ainda necessite desses mecanismo para evitar que picaretas, ou pelo menos diminuir a presença deles, participem das eleições tentando perpetuar suas fontes de enriquecimento ilícitos e seus esquemas de favorecimentos a amigos.
É uma vergonha que não haja no Brasil ainda uma política efetiva de educação da população, de formação de massa crítica na sociedade. Não falo de alfabetização, ou da alfabetização feita nos últimos anos que ensinou a milhões como assinar os próprios nomes ou ler o itinerário dos ônibus. Isso passa longe de ser alfabetização efetivamente, mas não passa da criação de analfabetos funcionais que, em termos políticos, continuam analfabetos. Sendo analfabetos políticos, sem acesso às informações necessárias à consolidação de um voto consciente, precisam de tutelas como o Projeto Ficha Limpa.
É uma vergonha que os partidos políticos precisem ser obrigados por lei a negar legenda aos picaretas que pretendem se lançar ou continuar na vida pública. Os estatutos dos partidos, que trazem em letras garrafais a defesa da ética, dos princípios da boa administração pública e que prometem ainda organismos para julgar e expulsar pessoas com deslizes éticos, já deveriam ser suficientes para que as lideranças partidárias proibissem este tipo de candidatos, os fichas sujas. O problema é que muitas vezes os próprios dirigentes estão neste grupo.
A Lei da Ficha Limpa é um mal necessário. Os partidos até hoje não se mexeram para evitar que este tipo de políticos se perpetuasse nos seus quadros. O eleitor, por sua vez, em sua maioria sem a exata dimensão do que é o voto e sem a consciência de que aqueles que se elegem são seus representantes e devem lidar com o interesse público, não cobra, não participa e ainda enche a boca pra dizer que "não tá nem aí pra política". Por causa de partidos fracos, políticos interessados apenas em questões pessoais (na grande parte dos casos) e de um eleitorado que se orgulha em não participar (na maioria dos casos) é que leis como a da Ficha Limpa são de grande necessidade para a melhora da nossa representação.
É uma vergonha que não haja no Brasil ainda uma política efetiva de educação da população, de formação de massa crítica na sociedade. Não falo de alfabetização, ou da alfabetização feita nos últimos anos que ensinou a milhões como assinar os próprios nomes ou ler o itinerário dos ônibus. Isso passa longe de ser alfabetização efetivamente, mas não passa da criação de analfabetos funcionais que, em termos políticos, continuam analfabetos. Sendo analfabetos políticos, sem acesso às informações necessárias à consolidação de um voto consciente, precisam de tutelas como o Projeto Ficha Limpa.
É uma vergonha que os partidos políticos precisem ser obrigados por lei a negar legenda aos picaretas que pretendem se lançar ou continuar na vida pública. Os estatutos dos partidos, que trazem em letras garrafais a defesa da ética, dos princípios da boa administração pública e que prometem ainda organismos para julgar e expulsar pessoas com deslizes éticos, já deveriam ser suficientes para que as lideranças partidárias proibissem este tipo de candidatos, os fichas sujas. O problema é que muitas vezes os próprios dirigentes estão neste grupo.
A Lei da Ficha Limpa é um mal necessário. Os partidos até hoje não se mexeram para evitar que este tipo de políticos se perpetuasse nos seus quadros. O eleitor, por sua vez, em sua maioria sem a exata dimensão do que é o voto e sem a consciência de que aqueles que se elegem são seus representantes e devem lidar com o interesse público, não cobra, não participa e ainda enche a boca pra dizer que "não tá nem aí pra política". Por causa de partidos fracos, políticos interessados apenas em questões pessoais (na grande parte dos casos) e de um eleitorado que se orgulha em não participar (na maioria dos casos) é que leis como a da Ficha Limpa são de grande necessidade para a melhora da nossa representação.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Links da CIA - uma visita interessante
A Central Intelligence Agency tem alguns sites interessantes. Dois deles sugiro aqui neste post. O primeiro é o The World Factbook. O endereço traz informações completas sobre todos os países do mundo e mais um pouco (inclui colônias e territórios ultramarinos dos países independentes). Lá tem tudo: desde informações econômicas à questões de política externa, passando por dados de geografia e população. É muito interessante para quem precisa de informações rápidas e confiáveis.
O outro é um, entre várias publicações, histórico das questões de inteligência na Guerra Civil Americana. Para quem tem interesse e estuda assuntos ligados à inteligência, o texto é uma fonte riquíssima de como foi este trabalho durante a Guerra que marcou o século dezenove no Estados Unidos.
Há várias outras publicações e outros sites interessantes dentro do site da CIA. Vale à pena a visita àquela que deveria ser o espelho da nossa ABIN.
O outro é um, entre várias publicações, histórico das questões de inteligência na Guerra Civil Americana. Para quem tem interesse e estuda assuntos ligados à inteligência, o texto é uma fonte riquíssima de como foi este trabalho durante a Guerra que marcou o século dezenove no Estados Unidos.
Há várias outras publicações e outros sites interessantes dentro do site da CIA. Vale à pena a visita àquela que deveria ser o espelho da nossa ABIN.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Dizes com quem andas... e ficarei na dúvida em quem votar.
Sobre os dilemas que a política nacional nos impõe. Claro que é mais fácil votar nulo. Exige menos comprometimento, facilita a crítica, exige menos uso de massa cinzenta, enfim, por diversos motivos é bem mais fácil do que parar pensar e analisar as características daqueles que se colocam aí pleiteando nosso voto. Pode doer mais, comprometer mais, mas eu prefiro escolher um dos candidatos, mesmo que no primeiro turno escolha um pra não precisar escolhar nenhum e que isso aconteça somente no derradeiro momento de apertar o botão confirma. Anular o voto ou votar em branco, não vou.
Mas, como escolher? Tomemos aqui por base os dois principais candidatos à Presidência da República, os ocupantes das principais posições na corrida e únicos com chances reais de vitória (qualquer outra coisa será uma surpresa): Dona Dilma e "seo" Serra. Parecem-se. Ambos são de fortes convicções, centralizadores. Ele mais líder, menos influenciável. Ela mão-de-ferro, dizem mais autoritária (o que o seu perfil realmente indica). Ambos são adeptos dos estado forte, o que não sou contrário, com a carga de impostos que pagamos deveríamos ter uma contra-partida estatal semelhante a que os escandinavos têm, uma que a carga tributária é semelhante. Mas aí é sonhar demais e querer avançar 100 anos em cinco. Nossa cultura, ou a de nossos políticos, ou a do nosso eleitorado, ainda não permite este tipo de extravagância.
Como disse, ambos são parecidos. Mas o que os fará trilhar um caminho ou outro serão as companhias. Nem Serra, nem Dilma irá reduzir a carga de impostos no Brasil. Esqueçam. O conceito de Estado de ambos não permite isso. Ao lado de Serra virão o Democratas, uma parcela do PMDB (afinal o PMDB está sempre aí para o que der e vier), além do PPS (uma espécie de partido que pode ser comparado a um adolescente que brigou com os pais e anda com a turma errada só pra ser do contra).
Do PPS, sinceramente não espero nada. Nem de bom, nem de ruim. Apenas fará número na Câmara. O Democratas é o mais preocupante. Há em seus quadros reacionários de carteirinha, estado-minimalistas sem embasamento teórico, mas apenas com interesses próprios, políticos adeptos do fisiologismo que apenas hibernam na oposição. Ou seja, um partido que pouco irá acrescentar de bom ao governo. No próprio PSDB há uma turma parecida com esta, sobretudo no Nordeste. O PMDB é um caso à parte. Ah, e ainda há a ameaça de o Tucanato no Distrito Federal dar guarida ao Joaquim Roriz na disputa pelo GDF. Portanto, difícil de votar diante desse cenário.
Do lado do Governo e da candidata Dilma o quadro não melhora muito. Além dos petistas sedentos por poder e com poucos escrúpulos na hora de conquistá-lo, há um PMDB que todos sabemos como age e como agiu ao longo de suas história pós-democracia. É um partido com uma incrível capacidade (?) de ser governo, independente de quem esteja no Governo. Abriga quadros não muito recomendáveis que desenvolvem na política práticas impróprias e que deixam até o Capeta envergonhado. De resto, a coligação governista reúne uma série de partidos (ecos) que pouca utilidade têm a não ser esculhambar o nosso sistema político. Portanto, mais uma vez, difícil de votar diante desse cenário.
Em resumo. O quadro das companhias de cada um dos principais candidatos realmente torna a tarefa difícil na hora da escolha. É uma sensação de "estamos cercados". Por isso, para ter mais tempo pra pensar creio que a melhor opção no primeiro turno seja a candidata do PV a senadora Marina Silva. Mas, ao lado dela tem o demagogo do Gabeira, aquele que prega a honestidade mas que passou os últimos 8 anos unha-e-carne com aqueles que ele chamava de desonestos nos 8 anos anteriores. É difícil mesmo...
Mas, como escolher? Tomemos aqui por base os dois principais candidatos à Presidência da República, os ocupantes das principais posições na corrida e únicos com chances reais de vitória (qualquer outra coisa será uma surpresa): Dona Dilma e "seo" Serra. Parecem-se. Ambos são de fortes convicções, centralizadores. Ele mais líder, menos influenciável. Ela mão-de-ferro, dizem mais autoritária (o que o seu perfil realmente indica). Ambos são adeptos dos estado forte, o que não sou contrário, com a carga de impostos que pagamos deveríamos ter uma contra-partida estatal semelhante a que os escandinavos têm, uma que a carga tributária é semelhante. Mas aí é sonhar demais e querer avançar 100 anos em cinco. Nossa cultura, ou a de nossos políticos, ou a do nosso eleitorado, ainda não permite este tipo de extravagância.
Como disse, ambos são parecidos. Mas o que os fará trilhar um caminho ou outro serão as companhias. Nem Serra, nem Dilma irá reduzir a carga de impostos no Brasil. Esqueçam. O conceito de Estado de ambos não permite isso. Ao lado de Serra virão o Democratas, uma parcela do PMDB (afinal o PMDB está sempre aí para o que der e vier), além do PPS (uma espécie de partido que pode ser comparado a um adolescente que brigou com os pais e anda com a turma errada só pra ser do contra).
Do PPS, sinceramente não espero nada. Nem de bom, nem de ruim. Apenas fará número na Câmara. O Democratas é o mais preocupante. Há em seus quadros reacionários de carteirinha, estado-minimalistas sem embasamento teórico, mas apenas com interesses próprios, políticos adeptos do fisiologismo que apenas hibernam na oposição. Ou seja, um partido que pouco irá acrescentar de bom ao governo. No próprio PSDB há uma turma parecida com esta, sobretudo no Nordeste. O PMDB é um caso à parte. Ah, e ainda há a ameaça de o Tucanato no Distrito Federal dar guarida ao Joaquim Roriz na disputa pelo GDF. Portanto, difícil de votar diante desse cenário.
Do lado do Governo e da candidata Dilma o quadro não melhora muito. Além dos petistas sedentos por poder e com poucos escrúpulos na hora de conquistá-lo, há um PMDB que todos sabemos como age e como agiu ao longo de suas história pós-democracia. É um partido com uma incrível capacidade (?) de ser governo, independente de quem esteja no Governo. Abriga quadros não muito recomendáveis que desenvolvem na política práticas impróprias e que deixam até o Capeta envergonhado. De resto, a coligação governista reúne uma série de partidos (ecos) que pouca utilidade têm a não ser esculhambar o nosso sistema político. Portanto, mais uma vez, difícil de votar diante desse cenário.
Em resumo. O quadro das companhias de cada um dos principais candidatos realmente torna a tarefa difícil na hora da escolha. É uma sensação de "estamos cercados". Por isso, para ter mais tempo pra pensar creio que a melhor opção no primeiro turno seja a candidata do PV a senadora Marina Silva. Mas, ao lado dela tem o demagogo do Gabeira, aquele que prega a honestidade mas que passou os últimos 8 anos unha-e-carne com aqueles que ele chamava de desonestos nos 8 anos anteriores. É difícil mesmo...
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