Continuando o post de ontem sobre por quê esta crise no Senado não vai dar em nada, há mais motivos para que se creia nisso. O mais importante, talvez, seja a motivação que levou às denúncias. Em nenhum momento houve preocupação com a moralização da Casa, com o bom uso do dinheiro público ou até mesmo com uma gestão que modernize o Senado. Nada disso está na pauta daqueles que querem derrubar o atual presidente, apesar dos discursos. O que está em jogo é uma disputa meramente política, onde um grupo insatisfeito com a derrota quer forçar um segundo turno da eleição para a presidência do Senado.
Aqui não vai nenhuma defesa do atual grupo que comanda ou do grupo que comandou o Senado nestes últimos 15 anos. Havia uma ode à mediocridade dentro da Instituição. Uma linha de pensamento baseada na amizade, no parentesco e no compadrio. Sempre, com raríssimas exceções, a administração foi baseada nestes princípios e não no princípio da competência de cada funcionário. Porém, este não é um problema de apenas um partido ou dos últimos anos. É um problema que se arrasta há décadas, uma questão que transformou o Senado em uma instituição pouco eficiente.
Voltando à disputa. Tivesse havido uma composição entre as chapas na eleição de fevereiro e nada disso, ou muito pouco, viria à tona. Que bom que tudo isso foi descoberto, que ótimo que algumas mudanças (pequenas) estão em curso. Porém, dos que estão defendendo a saída de José Sarney, pouco o fazem por questões éticas, movidos por princípios realmente republicanos e com a intenção de transformar o Senado em algo com credibilidade. É uma briga política apenas e pensar diferente disso é ser muito ingênuo.
Resumindo: vai ser apenas uma troca de nomes. Os métodos continuarão sendo os mesmos porque estes novos nomes foram criados e acostumados assim na política.
Nenhum comentário:
Postar um comentário