Não importa quem vença as eleições. Serra, Marina ou Dilma qualquer um deles terá que contar com o PT ou o PMDB ou os dois no seu governo. Dependerão destes dois partidos para terem maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. As projeções indicam cerca de 35 senadores e 200 deputados federais somando-se as duas legendas. Como governar sem um desses partidos ou sem os dois? Impossível.
Dilma Rousseff é certo que terá os dois. Um é o seu partido e o outro é do seu vice, Michel Temer. O peso do PMDB num terceiro governo
será o maior entre todos os concorrentes. Terá ministérios de grande envergadura, vários deles. Cobrará a fatura do PT pelo apoio em diversos estados.
José Serra, que vê suas chances de segundo turno crescerem na mesma proporção que vê sua possível bancada de apoio esvair-se em derrotas fragorosas, terá que negociar ou com o PT ou com o PMDB. Sobretudo no Senado, onde o Estadão aponta uma bancada maciçamente de apoio ao atual governo com possíveis 59 senadores. Nem CPI a oposição a Lula conseguiria instalar.
A campanha de Serra tem criticado Dilma por seus apoios. Normal, neste momento de busca do voto apela-se aos pontos fracos dos opositores e a presença de José Sarney, Renan Calheiros e José Dirceu são pontos fracos na campanha de Dilma. Por outro lado, Serra carrega na sua mala cidadãos como Roberto Jefferson, Joaquim Roriz, Efraim Morais e Mão Santa. Que preço Serra estaria disposto a pagar nessas negociações? E a quem ele estaria disposto a pagar?
O PMDB historicamente é um partido de governo. Comporta-se assim desde que elegeu Tancredo Neves em 1985. Portanto, não será difícil de ser convencido a participar de um eventual governo de José Serra. Mas, e o PSDB vai querer a companhia daqueles que tanto criticou nos últimos anos ou prevalecerá a coerência? Em política não se pode duvidar de nada. Nem mesmo de uma grande aliança entre PSDB, PT e os demais partidos que gravitam na órbita petista com PC do B, PSB e PDT. Haveria ainda o PV e o PPS este último um aliado natural de um governo Serra.
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