A revista Foreign Policy traz em seu site uma lista com as cinco futuras potências nucleares que devem preocupar o mundo. A maioria, quatro, estão do lado de lá do mundo: Myanmar, Emirados Arabes Unidos, Bangladesh e o Kazaquistão. O quinto país fica do lado de cá e bem do nosso lado: a Venezuela. (aqui a lista)
O texto a respeito dos interesses venezuelanos (aqui) coloca como motivos para preocupação as estreitas relações com países como a Rússia e o Irã. Segundo a revista, as recentes negociações para a compra de armas dos russos, o apoio dado por Chávez o regime de Teerã e o fornecimento de 20 mil barris de gasolina diários para o Irã como forma de amenizar as sanções ao país asiático podem render num futuro próximo uma troca que poderia render à Venezuela a tecnologia necessária para o desenvolvimento de energia nuclear com fins suspeitos. Além disso, a Venezuela pode fornecer a matéria-prima para o desenvolvimento desse tipo de tecnologia. A revista coloca uma estimativa de que existem 50 mil toneladas de urânio inexplorado no território do país Andino.
A questão que cabe analisar é se a Venezuela é mesmo um perigo como futura potência nuclear. Ou ainda, tratando de Mercosul, se a Venezuela será mais perigosa dentro do bloco ou fora, isolada dos demais países da América do Sul e tentando impor sua política de forma unilateral. Na próxima semana a adesão da entrada da Venezuela no Mercosul deve ser votada na Comissão de Relações Exteriores. Há ainda uma audiência pública na mesma Comissão que deve acontecer nos próximos dias. Desta vez será ouvido o profeito de Caracas, Antonio Ledezma, que é opositor de Hugo Chávez, mas defende a entrada do país no Bloco usando justamente a tese de que será pior isolar Chávez.
Qual influência Chávez teria numa possível desestabilização nas democracias do Bloco? Talvez nenhuma, ao menos, não no Brasil. Os outros, por suas características, são mais suscetíveis (a Argentina, por exemplo, vai à reboque da Venezuela basta ver as recentes medidas contra a imprensa). Mas, qual o valor da tese defendida por Ledezma de que seria pior isolar a Venezuela ao invés de integrá-la ao Mercosul? Não sei até que ponto o ingresso dos venezuelanos no bloco pode interromper esta caminhada do país vizinho rumo a alianças estratégicas com o Irã e a Rússia. Embora nenhum país membro do Mercosul possa estabelecer acordos com outros países de maneira individual, nada garante que a Venezuela seguirá estas determinações e não estabelecerá alianças mesmo a despeito do Bloco. Basta lembrar que o país ainda não cumpriu todas as exigências técnicas para a entrada no Mercosul, uma a mais, uma a menos não fará diferença pra quem não é muito dado a regras.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Quando o decoro e a hipocrisia se encontram
Segundo o dicionário Aurélio, a palavra decoro significa correção moral, compostura, decência entre outros significados. Já hipocrisia, quer dizer, entre outras coisas, afetação de uma virtude, de um sentimento louvável que não se tem.
Pois, na semana passada, a hipopcrisia e o decoro se encontraram no Senado Federal. O momento de tal encontro começou com o episódio do senador Eduardo Suplicy vestindo uma sunga vermelha promoveu um episódio no mínimo deprimente dentro do prédio de um dos poderes da República. Sem noção, aquilo foi uma promoção ao desrespeito que já existe em grande monta em relação ao Congresso Nacional. Ora, se o escárnio parte dos próprios senadores, que deveriam primar pelo respeito à instituição não se poderá cobrar nada mais do que a mesma atitude por parte da população.
Mas, o escárnio promovido pelo senador Eduardo Suplicy tem uma vantagem sobre o escárnio e a zombaria generalizada promovida por boa parte de suas excelências: foi com humor e não com dinheiro público. Tá, mas e esse cara vai dizer ou não quando a hipocrisia encontra o decoro? Vou, sim.
A hipocrisia chega para o encontro quando senadores que resolvem processar Suplicy no Conselho de Ética. Ora, com qual autoridade os mesmos que enterraram processos por mau uso do dinheiro público, tráfico de influência e outros atos de mesma honradez, resolvem processar um senador que, sim, quebrou o decoro, mas com um ato infinitamente menor e que não lesa o eleitor?
Menos que o Pânico foi o mais sensato entre os envolvidos (quem diria?) e resolveu não levar ao ar as imagens do senador. Assim, a investigação que já corria no Senado foi arquivada.
Pois, na semana passada, a hipopcrisia e o decoro se encontraram no Senado Federal. O momento de tal encontro começou com o episódio do senador Eduardo Suplicy vestindo uma sunga vermelha promoveu um episódio no mínimo deprimente dentro do prédio de um dos poderes da República. Sem noção, aquilo foi uma promoção ao desrespeito que já existe em grande monta em relação ao Congresso Nacional. Ora, se o escárnio parte dos próprios senadores, que deveriam primar pelo respeito à instituição não se poderá cobrar nada mais do que a mesma atitude por parte da população.
Mas, o escárnio promovido pelo senador Eduardo Suplicy tem uma vantagem sobre o escárnio e a zombaria generalizada promovida por boa parte de suas excelências: foi com humor e não com dinheiro público. Tá, mas e esse cara vai dizer ou não quando a hipocrisia encontra o decoro? Vou, sim.
A hipocrisia chega para o encontro quando senadores que resolvem processar Suplicy no Conselho de Ética. Ora, com qual autoridade os mesmos que enterraram processos por mau uso do dinheiro público, tráfico de influência e outros atos de mesma honradez, resolvem processar um senador que, sim, quebrou o decoro, mas com um ato infinitamente menor e que não lesa o eleitor?
Menos que o Pânico foi o mais sensato entre os envolvidos (quem diria?) e resolveu não levar ao ar as imagens do senador. Assim, a investigação que já corria no Senado foi arquivada.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
La Nacion, de Buenos Aires
Dois artigos interessante comparando a evolução do Brasil e da Argentina no cenário mundial e regional. O La Nacion descreve as diferenças estratégicas nas escolhas dos parceiros de cada um dos países. Enquanto o Brasil se coloca como ator no que eles chamam de "grande ligas", a Argentina vai a reboque da Venezuela e do anti-americanismos. Além disso, descrevem também as opções políticas internas dos governantes. Afirma, o primeiro texto afirma que "en realidad, como las prioridades de cada gobierno: Brasil prevé su 2016; la Argentina revé su 1976."
Os textos, no entanto, não desconhecem nossa realidade diária e cita, no segundo texto, nossos males maiores: "seis de cada 10 legisladores brasileños son objeto de procesos o denuncias judiciales, según el Movimiento de Combate a la Corrupción Electoral. Entre diputados y senadores, 152 están o han sido procesados por el Supremo Tribunal Federal. Es la otra cara de Brasil, tan amarga como sus favelas, su movimiento de gente sin tierra y sus narcotraficantes, entre otros factores negativos."
Interessantes os dois textos que vêm de um dos mais tradicionais periódicos da Argentina, La Nacion. Os títulos são: "O Brasil adelanta, o la Argentina atrasa" e "Brasil, en las grandes ligas".
Os textos, no entanto, não desconhecem nossa realidade diária e cita, no segundo texto, nossos males maiores: "seis de cada 10 legisladores brasileños son objeto de procesos o denuncias judiciales, según el Movimiento de Combate a la Corrupción Electoral. Entre diputados y senadores, 152 están o han sido procesados por el Supremo Tribunal Federal. Es la otra cara de Brasil, tan amarga como sus favelas, su movimiento de gente sin tierra y sus narcotraficantes, entre otros factores negativos."
Interessantes os dois textos que vêm de um dos mais tradicionais periódicos da Argentina, La Nacion. Os títulos são: "O Brasil adelanta, o la Argentina atrasa" e "Brasil, en las grandes ligas".
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Pedophilia in Norway
According to an article in Aftenposten.no today (you can read it here in Norsk), Norway can becomes a paradise to pedophiles due to the time that information on internet traffic is available to the government authorities. Only three months is the total time. Norwegians are in a discussion about this, but there is a big resistance to adopt the European Directive. This is to regulate the time Internet providers must keep information on internet traffic and IP's numbers to identify users and possible pedophiles hiding behind the computer screen. The Directive establishes a period from six to 24 months to providers keep this information stored.
In the article published on the Aftenposten web site, Norwegian Police regrets the three months in Norway are not enough to a investigation and, when there are the evidences on a suspect, there is no more information stored about the internet traffic. They say Norway can becomes a paradise to this kind of criminals. The period fixed by the European Directive is enough, they considered, to do all the job concerning an investigation on pedophilia.
Well, at this point Norway is not working well like other countries, is lagging behind in the name of a supposed freedom of speech, that is not justified since it endangers the lives of children and encourages pedophilia and child abuse. During a Summer School I took part in Oslo last year, this extension of the storage time of Internet information was in discussion. The freedom of speech was used as an argument to deny this possibility. Norwegians are very resistant on this issue.
So, while they do not discuss this matter with an eye in the possibility of child abusers use this short time to keep hiding their actions from the authorities (and putting aside for a while the question of freedom of speech) they will not advance and help countries like Brazil (a model for world today on laws against pedophilia) to avoid the child abuse. Freedom of speech should be guaranted, but when you have to fight a crime the state must act on it.
In the article published on the Aftenposten web site, Norwegian Police regrets the three months in Norway are not enough to a investigation and, when there are the evidences on a suspect, there is no more information stored about the internet traffic. They say Norway can becomes a paradise to this kind of criminals. The period fixed by the European Directive is enough, they considered, to do all the job concerning an investigation on pedophilia.
Well, at this point Norway is not working well like other countries, is lagging behind in the name of a supposed freedom of speech, that is not justified since it endangers the lives of children and encourages pedophilia and child abuse. During a Summer School I took part in Oslo last year, this extension of the storage time of Internet information was in discussion. The freedom of speech was used as an argument to deny this possibility. Norwegians are very resistant on this issue.
So, while they do not discuss this matter with an eye in the possibility of child abusers use this short time to keep hiding their actions from the authorities (and putting aside for a while the question of freedom of speech) they will not advance and help countries like Brazil (a model for world today on laws against pedophilia) to avoid the child abuse. Freedom of speech should be guaranted, but when you have to fight a crime the state must act on it.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Venezuela no Mercosul
Aqui, o relatório do senador Tasso Jereissati sobre a entrada da Venezuela no Mercosul. O senador é contra o ingresso do país de Chávez no bloco. A principal alegação é o duvidoso estado democrático de direito vivido pelo país. Segundo Tasso, a Venezuela segue o rumo de uma ditadura e fere a cláusula democrática do Mercosul.
Pesquisa confirma: web será estrela nas eleições de 2010*
Ao lado da televisão, a internet será a grande estrela nas eleições gerais brasileiras de 2010. Pesquisa nacional do DataSenado ouviu, por telefone, 1.088 brasileiros eleitores, distribuídos por todas as capitais do país. O levantamento mostrou que a internet é o segundo meio de comunicação mais usado pelo cidadão para informar-se sobre política, atrás apenas da TV.
A principal vantagem da web nas próximas eleições, segundo os entrevistados, será facilitar o diálogo entre eleitores. Dois em cada três deles consideram que a web terá grande impacto no próximo pleito (59%), sendo que entre os cidadãos que usam regularmente sites de notícias e participam de redes sociais (Orkut e Twitter, por exemplo), esse percentual sobe para 64%.
O levantamento do DataSenado buscou, ainda, avaliar a importância relativa dos meios de comunicação no esforço do cidadão para informar-se sobre questões políticas. A TV foi, de longe, o veículo mais usado (67%). Mas a internet apareceu em segundo lugar, com 19% das respostas válidas. O segmento “jornais e revistas” surgiu em terceiro, com 11%. A mídia rádio é preferida por apenas 4% dos entrevistados.
Quase metade dos respondentes (46%), finalmente, acredita que a principal vantagem da internet nas eleições será a troca de informações e idéias entre os eleitores. A possibilidade de facilitar a comunicação entre candidatos e eleitores aparece em segundo lugar, com 28%, o mesmo percentual dos que responderam “divulgar as propostas dos candidatos”.
Os entrevistados que disseram usar a internet diariamente somaram 58% dos respondentes; 78% acessam sites de notícias e 53% participam de alguma rede social, como Orkut ou Twitter.
Algumas características peculiares dessa nova mídia explicam sua crescente importância no campo da informação política: a) ela oferece a oportunidade do internauta conseguir informação em tempo real, com vantagem adicional em relação ao rádio e à TV graças à possibilidade de recuperação de notícias e opiniões; b) as redes sociais diluíram e multiplicaram os papéis de formadores de opinião, com a massificação da comunicação interativa entre desconhecidos, sobretudo jovens.
*O texto é da Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado, responsável pelo levantamento.
A principal vantagem da web nas próximas eleições, segundo os entrevistados, será facilitar o diálogo entre eleitores. Dois em cada três deles consideram que a web terá grande impacto no próximo pleito (59%), sendo que entre os cidadãos que usam regularmente sites de notícias e participam de redes sociais (Orkut e Twitter, por exemplo), esse percentual sobe para 64%.
O levantamento do DataSenado buscou, ainda, avaliar a importância relativa dos meios de comunicação no esforço do cidadão para informar-se sobre questões políticas. A TV foi, de longe, o veículo mais usado (67%). Mas a internet apareceu em segundo lugar, com 19% das respostas válidas. O segmento “jornais e revistas” surgiu em terceiro, com 11%. A mídia rádio é preferida por apenas 4% dos entrevistados.
Quase metade dos respondentes (46%), finalmente, acredita que a principal vantagem da internet nas eleições será a troca de informações e idéias entre os eleitores. A possibilidade de facilitar a comunicação entre candidatos e eleitores aparece em segundo lugar, com 28%, o mesmo percentual dos que responderam “divulgar as propostas dos candidatos”.
Os entrevistados que disseram usar a internet diariamente somaram 58% dos respondentes; 78% acessam sites de notícias e 53% participam de alguma rede social, como Orkut ou Twitter.
Algumas características peculiares dessa nova mídia explicam sua crescente importância no campo da informação política: a) ela oferece a oportunidade do internauta conseguir informação em tempo real, com vantagem adicional em relação ao rádio e à TV graças à possibilidade de recuperação de notícias e opiniões; b) as redes sociais diluíram e multiplicaram os papéis de formadores de opinião, com a massificação da comunicação interativa entre desconhecidos, sobretudo jovens.
*O texto é da Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado, responsável pelo levantamento.
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